Estudos Bíblicos

Êxodo (28) Gênesis (50)

Estudo Êxodo 4

Em Êxodo 4 o diálogo continua e Moisés ainda não se sente seguro para liderar esta missão. Ele estava agora com a idade 80 anos. Nos 40 primeiros, ele viveu no palácio de Faraó como muitas regalias, porém já faziam 40 anos que ele havia fugido do Egito e desde então, vivia como pastor de ovelhas, isso significa que Deus o havia humilhado. Um estudo de Êxodo 4 mostra que toda arrogância e autossuficiência haviam sido tiradas de dentro dele. Essa insegurança era o fruto do trabalho de Deus em sua vida.
Em Êxodo 3:11 Moisés tinha feito a sua primeira objeção ao chamado de Deus. Ele continua a expressar dúvidas quanto à sabedoria do plano de Deus. Não tinha havido mais nenhuma “teofania” desde que o Senhor apareceu á Jacó (Gênesis 35:9-15). Moisés cria que Israel certamente não acreditaria que Deus havia falado com ele. Sem dúvida, a recordação da sua falha anterior (Êxodo 2:14) o assustou. Mesmo que temos simpatia do Moisés, não podemos justificar suas atitudes. A sua objeção, nada mais era, do que incredulidade nas promessas de Deus (Êxodo 3:18). Ele ainda tinha que aprender, que para Deus, todas as coisas são possíveis.
Um esboço de Êxodo 4 pode ser feito da seguinte forma:

    • 4.1 – 9: Deus dá poder a Moisés
    • 4.10 – 17: “Não sei falar!”
    • 4.18 – 23: De volta ao Egito
    • 4.24 – 26: O filho de Moisés é circuncidado
    • 4.27 – 31: Moisés e Arão 


Deus dá poder a Moisés (Êxodo 4:1-9)
Deus acompanha a revelação de verdades novas com sinais. Uma das maiores demonstrações de sinais no Velho Testamento ocorreu durante o ministério de Moisés. Ele escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia, que coletivamente são chamados de “A Lei”. Eles são o fundamento da Velha Aliança e de todas as demais revelações. Era imperativo que sinais autenticassem o ministério de Moisés
E quanto ao significado simbólico deste primeiro sinal? Os professores da Bíblia têm sugerido várias interpretações, mas eles falham em apresentar provas. Uma das coisas que nós sabemos, é que os sinais feitos por Moisés, tinham a finalidade de julgar os deuses do Egito (Números 33:4, Êxodo 12:12). As serpentes eram temas populares na religião dos egípcios com varias seitas dedicadas a elas. Agora, como depois nos outros sinais, Deus afirmava a Sua soberania sobre os deuses do Egito.
No segundo sinal, deve ter havido aqui algum significado cultural ou religioso do qual nós não somos informados. Sabemos que a lepra era grandemente temida no mundo antigo. Neste sinal Deus está afirmando o seu poder sobre a vida e a morte.
No terceiro sinal, o aviso para o Faraó é intensificado. O rio Nilo era a base da vida religiosa e física do Egito. Ao transformar a água em sangue, Deus estava revelando o Seu poder sobre a fonte de vida do Egito e dos seus “muitos” deuses.
Na América moderna nós falamos da “mãe terra” ao invés de múltiplos deuses. Nós confiamos na tecnologia para produzir grandes colheitas. Nós, como o Egito, esquecemos de que há um Deus no céu que tem a abundância da natureza em Suas mãos. Ele pode abençoar com fartura ou fazer minar os melhores esforços na tentativa de sermos o nosso próprio provedor.
Uma das coisas que eu acho mais interessante neste texto, é o fato de que todos os sinais que Deus deu a Moisés, eram realizados a partir de coisas que faziam parte de seu cotidiano.
A vara ele usava constantemente com suas ovelhas, sua mão estava ligada ao seu corpo e o rio Nilo, era um patrimônio do mundo conhecido da época.
Isso me faz pensar que muitas vezes estamos desatentos ao que o Senhor é capaz de fazer à nossa vida a partir da nossa rotina, dos nossos talentos naturais, do nosso trabalhos, enfim.
Temos um Deus grande, que faz coisas grandes, a partir de coisas simples, desprezíveis.

“Não sei falar!” (Êxodo 4:10-17)
Como é difícil o homem confiar em Deus, mas como é fácil ele achar que o sucesso vem da sua habilidade natural. É triste ver como duvidamos da habilidade de Deus em usar Seus instrumentos. Temos dificuldades em reconhecer que a nossa fraqueza é o instrumento favorito de Deus (II Coríntios 12:7-10). (Como podemos conciliar Êxodo 4:10 com Atos 7:22? Moisés havia sido tornado desatualizado na linguagem do Egito ou Estevão estava se referindo ao conteúdo e não a eloquência do discurso dele? Esta é mais uma questão de curiosidade do que de valor prático).
Lembre-se que Deus é o nosso criador e por meio dEle muitas provas de fé são vencidas. Hebreus 11 relata o grande triunfo da fé, mas primeiramente mostra a importância do fato que Deus é o criador (Hebreus 11:3). Nosso Senhor usou esta lógica em Mateus 6:25-33. O Deus que tem poder para Criar, tem certamente poder para sustentar as suas criaturas.
Deus, em sendo o criador, sabe qual é a melhor das suas criaturas para ser usada em determinada situação. Na verdade, Deus planejou criar cada um dos seus santos com um propósito final em Sua mente (Efésios 2:10).
Provavelmente Moisés queria dizer assim: “faça como lhe agrada, mas não me culpe pelos resultados”. Ao mesmo tempo em que é chocante pensar que o homem possa falar desta maneira com Deus, nós somos todos culpados deste tipo de atitude, principalmente quando as coisas não saem como nós esperávamos.
A falta de fé desagrada e provoca muito a Deus. Muitos pensam que nesta ocasião Moisés perdeu a honra de fazer o trabalho sozinho. Isto é sem dúvida um erro. Deus tem constantemente enviado homens aos pares (Lucas 10:1). O que Moisés perdeu foi a honra de acompanhar a Deus com uma fé inquestionável. Ele não foi o primeiro e nem será o ultimo a fazer isso (João 20:29). (O versículo 16 deixa claro que Moisés sempre ocuparia uma posição de liderança. Deus falaria á outros através de Moisés. Houve muitas ocasiões em que os homens se esqueceram disso. Veja Números 12 e 16).

De volta ao Egito (Êxodo 4:18-23)
Note o respeito de Moisés para com seu Sogro. A piedade nos ensina como tratar o nosso semelhante (Êxodo 20:10, Romanos 13:7).
Ao passo que estudamos as fraquezas de Moisés, não podemos esquecer da grandeza de sua fé. Quantos montariam num jumento e viajariam para confrontar um dos homens mais poderosos da terra, sem levar nada, exceto a confiança em Deus? A tarefa que estava diante de Moisés só poderia ser realizada pelo poder sobrenatural. Mesmo os maiores dos santos são uma mistura de fé e falta de confiança. Note que no versículo 2 Deus pediu a Moisés aquilo que estava em sua mão. Era simplesmente uma vara utilizada por pastores de ovelhas. No versículo 20 ela é chamada de a “vara de Deus”. “O pouco é muito quando está nas mãos de Deus”.
No versículo 21, Moisés é avisado de que Faraó não daria atenção a sua mensagem. Os versículos 22 e 23 o expõem o julgamento que aguardava esta rebelião. Israel é o primogênito de Deus. Caso o Faraó se recusasse a libertar Israel, seu filho primogênito seria morto. Este é o que certamente ocorreu (Êxodo 12:29-30).

O filho de Moisés é circuncidado (Êxodo 4:24-26)
Enquanto Moisés levava sua família para o Egito, Deus lhe ensina uma lição importante. E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar. Isto pode ter ocorrido através de uma grave doença ou talvez pela visita de um anjo executando juízo. De qualquer forma, tanto a consciência de Moisés quanto a de Zípora lhes indicou o motivo daquele julgamento. Moisés havia negligenciado a pratica da circuncisão em seu filho, que era para ser um ato de obediência á ordem de Deus. A passagem deixa claro que a causa desta desobediência foi por Moisés ceder a opinião negativa da sua esposa pelo rito. Zípora nunca pareceu ter sido um apoio espiritual para Moisés. Ele teve a sua vida salva apenas pela circuncisão forçada que ela executou em seu filho. O desprazer dela, em ser forçada a fazer isso, ficou mais que evidente. Mesmo o julgamento de Deus não lhe ensinou nada. Note algumas lições importantes que podemos aprender deste evento: Os líderes cristãos necessitam ter a sua casa em ordem (I Timóteo 3:4-5). Moisés não podia continuar na obra de Deus até que lhe obedecesse. Moisés aprendeu aqui a seriedade do pecado (Gênesis 17:14). Ele seria usado mais adiante como um instrumento de Deus no julgamento do pecado do Egito. E mais tarde ainda, ele traria a santa lei de Deus para Israel. Ele deveria, em primeiro lugar, ser lembrado da terrível santidade da lei de Deus e do horrendo julgamento do pecado. O Senhor é tão puro, que todo pecado lhe é uma afronta. O servo de Deus, que não leva a sério a gravidade do pecado, nunca pregará de forma eficiente a lei ou o evangelho. Moisés aprendeu, como nós devemos aprender, que Deus deve ser obedecido acima de tudo e de todos (Mateus 10:37). Quantos permitem que outros os levem a pecar. Um cônjuge rebelde não nos dá a liberdade de pecar e desobedecer a Deus.

Moisés e Arão (Êxodo 4:27-31)
Arão era três anos mais velho do que Moisés. Ele se tornou seu ajudador, mas nunca se igualou á Moisés como um santo. Pela primeira vez, em duzentos e dez anos, Israel recebeu uma mensagem de Deus (Gênesis 42:2). Eles creram em Deus e humildemente O adoravam. Infelizmente, eles falharam em perceber que as dificuldades seriam grandes. A obra de Deus raramente é algo fácil. Muitos se regozijam da promessa de vitória, mas logo tornam atrás quando a batalha começa.

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Estudo Êxodo 5>

Aleluia!!!

Qual a origem do termo "Hebreu"?

O primeiro testemunho da existência desse termo se encontra nos arquivo do Egito. A palavra ali presente é “khabiri” (na verdade uma palavr...