Estudos Bíblicos

Êxodo (28) Gênesis (50)

Estudo Êxodo 20

Em Êxodo 20 temos a ministração dos Dez Mandamentos cujo objetivo era apresentar ao povo de Deus um estilo de vida limpo, obediente e prático. Os filhos de Israel haviam crescido no Egito, lugar de muita idolatria e paganismo, então os primeiros mandamentos procuram direcionar eles para adoração exclusiva e reverência a Santidade de Deus. Os seis últimos estão diretamente ligados ao relacionamento com o próximo. Deus mostra ao Seu povo que quer ser amado, mas que eles também devem amar e respeitar uns aos outros, dessa forma eles teriam uma vida plenamente equilibrada. Um estudo de êxodo 20 nos mostra que o Povo Tem Medo de Deus pois ao ver a Glória do Senhor sobre o monte, o povo ficou com medo dEle e se distanciou do monte. Em seguida, pediram que Moisés continuasse sendo o mediador do relacionamento com Deus, porque eles tinham medo que o Senhor os matasse. Muitos de nós ainda hoje, agimos assim. Acreditamos mais na oração de outra pessoa, ou na intimidade dela com Deus, do que na nossa própria.
Um esboço de Êxodo 20 pode ser feito da seguinte forma:

    • 20.1 – 17: Os dez mandamentos
    • 20.18 – 21: O temor do povo
    • 20.22 – 26: Instruções para a adoração


Os dez mandamentos (Êxodo 20:1-17)
Esta passagem obedece ao padrão dos tratados que aconteciam no antigo Oriente Médio firmados entre um monarca e seus vassalos. O grande Rei apresentou aos Seus servos, os israelitas, os deveres e as obrigações da aliança que estabeleceu com estes.
Os israelitas tinham recém saído do Egito, uma terra de muitos ídolos e muitos deuses. Porque cada deus representava um aspecto diferente da vida, era comum adorar a muitos deuses para obter o máximo número de bênçãos. Quando Deus disse ao Seu povo para adorar e acreditar nEle, isso não foi muito difícil para eles – Ele era só mais um deus para adicionar à lista. Mas quando Ele disse “Não terás outros deuses diante de Mim”, isso foi muito difícil para que eles aceitassem. Mas se eles não aprendessem que o Deus que os guiou para fora do Egito era o único Deus, eles não poderiam ser o Seu povo – não importa quão fielmente eles guardassem os outros nove mandamentos. Portanto, Deus estabeleceu este mandamento e o enfatizou mais do que aos demais. Hoje podemos permitir que muitas coisas se tornem deuses para nós. Dinheiro, fama, o trabalho ou o prazer podem se tornar deuses quando nos concentramos demais neles para identidade, significado ou segurança pessoal. Ninguém estabelece a intenção de adorar essas coisas. Mas pela quantidade de tempo que dedicamos a elas, elas podem vir a se tornar deuses que por fim controlam nossos pensamentos e energias. Manter Deus no primeiro lugar em nossas vidas evita que essas coisas se transformem em deuses.
Os dez mandamentos são conhecidos como as leis de Moisés. Contudo, Moisés foi meramente um profeta relutante, um porta-voz das palavras celestiais. Esta Lei, na verdade, é a Lei de Deus, por isso a declaração falou Deus.
Não terás outros deuses. O Senhor não deveria ser visto por Israel como um deus qualquer entre todos os outros, e nem como o melhor deles. Ele era e é 0 único Deus vivo. Ele, e somente Ele, deveria ser adorado, obedecido e louvado pelos israelitas. Muitos estudiosos consideram o conceito de monoteísmo uma conquista de Israel, tal como a arte é uma realização original dos gregos, e o direito, uma façanha dos romanos. Tais eruditos acreditam que o verdadeiro monoteísmo (a crença em um único Deus) não fora totalmente estabelecido até a época de Amós (séc. 8 a.C.). Entretanto, o testemunho da Bíblia apresenta uma visão diferente desse conceito crítico. A história bíblica apresenta a crença em um único Deus desde o começo da história de Israel como uma nação. O primeiro mandamento é uma comprovação disso. E tal fato não foi uma realização de Israel. Este povo foi apenas o receptor das revelações divinas.
Não farás para ti imagem de escultura. As pessoas no mundo antigo costumavam esculpir ou moldar imagens de muitos ídolos. O povo de Israel foi proibido de fazer tal coisa desde o início. Os israelitas não podiam produzir nada que diminuísse ou prejudicasse a exclusiva adoração ao Deus vivo. Entretanto, a proibição da criação de imagens não era uma determinação contra os outros tipos de arte.
O terceiro mandamento diz respeito à santidade do nome divino (Êx 3.14,15). A revelação do nome de Deus, Yahweh, transmite um risco. Se este for usado a esmo entre as pessoas, há a probabilidade de que não seja proferido no contexto da reverência. O uso do nome de Deus em vão (hb. shaw') envolve: torná-lo trivial e insignificante; possibilitar sua utilização em ofertas de propósitos malignos. Ao entoá-lo dessa maneira, viola-se seu caráter e sua finalidade (esta era uma das formas como os sacerdotes de falsas religiões usavam os nomes de seus falsos deuses); utilizá-lo imprudentemente na adoração.
O quarto mandamento, lembra-te do dia do sábado, era o símbolo especial da aliança com Israel no monte Sinai (Êx 31.12-18). Com este mandamento, Deus diferiu os israelitas de seus vizinhos. Outros povos possuíam seus próprios padrões de trabalho e ociosidade, mas Israel foi instruído a reservar um dia entre sete. A palavra Shabat (sábado) significa descanso. O dia foi santificado e, nessa ocasião, todo tipo de tarefa deveria cessar. O Shabat era especificamente o sétimo dia, sábado. Seu padrão foi originado no dia de descanso do Senhor, o sétimo dia, após os seis dias anteriores de criação. Durante o Shabat, os israelitas adoravam a Deus e relembravam sua libertação da escravidão egípcia (Dt 5.15). Até mesmo os estrangeiros que moravam entre eles deveriam cumprir o Shabat.
Antes da descoberta dos antigos padrões de tratados e de sua relação com os Dez Mandamentos, muitas pessoas achavam que as duas tábuas talhadas de pedra (Êx 34.1) eram divididas de tal forma que em um dos lados estivessem as leis relativas a Deus e no outro aquelas relativas às pessoas. Usando esta lógica, o quinto mandamento, descrito neste versículo, começaria na segunda tábua. Entretanto, seguindo nosso entendimento acerca de tratados primitivos, é provável que cada uma das tábuas contivesse todos os Dez Mandamentos.
No mundo antigo, uma cópia do tratado era colocada no templo principal de cada uma das partes. No caso em questão, ambas as partes foram mantidas juntas perante Deus e o povo no Santo dos santos. Em relação ao mandamento honra a teu pai e a tua mãe, o termo honrar significa tratar com importância. E o oposto do em vão (v. 7). O cuidado com os pais era um elemento básico da responsabilidade em sociedade e da divina misericórdia para com Israel. Neste versículo, tal princípio está ligado diretamente a como a pessoa viveria na terra. Os indivíduos infiéis a Deus que desrespeitavam seus pais não teriam vida longa na Terra Prometida.
O sexto, o sétimo, o oitavo e o nono mandamentos foram moldados para construir uma sociedade coesa na antiga Israel. Cada um foi baseado nos valores que Deus pôs sobre os seres humanos (sua vida, seus relacionamentos, sua propriedade e sua reputação). Todos esses parâmetros foram reafirmados no Novo Testamento, O sexto mandamento, não matarás, não proibiu todos os tipos de execução. A própria Lei permitia que fosse tirada a vida como punição por alguns crimes (Êx 21.15-17,23), assim como no caso de guerra (Êx 17.8-16). O assassinato intencional de outra pessoa (fora a legítima concessão de pena de morte ou a guerra) violava flagrantemente a santidade da vida. Isso incluía as mortes praticadas por oficiais de estado (leia a história de Nabote em 1 Rs 21).
O sétimo mandamento é relativo ao adultério. Deus considerava a santidade do matrimónio como uma responsabilidade sagrada similar à santidade da vida (v. 13), pois o relacionamento no contexto conjugal é um símbolo de fidelidade. O oitavo mandamento proíbe o roubo, protegendo o direito de propriedade. O nono mandamento proíbe levantar falso testemunho. Neste sentido, protege a reputação das pessoas contra a calúnia. Ele também estabelece uma base concreta para o antigo sistema israelita de justiça. De acordo com as antigas leis de Israel, uma pessoa era considerada culpada ou inocente com base na declaração de uma testemunha fidedigna (Dt 17.6). O falso testemunho arruinava gradativamente a justiça. Cobiçar (hb. hamad) significa possuir enorme desejo por. Cobiçar não era apenas apreciar algo à distância, e sim possuir uma vontade incontrolável, excessiva e egoísta de apoderar-se do bem de outrem. O décimo mandamento aborda uma disposição interior: o pecado também ocorre no pensamento. Isso demonstra que Deus queria que os israelitas não só evitassem praticar as ações malignas previamente estabelecidas em sua mente, como também descartassem todos os pensamentos perversos que levavam às atitudes de cobiça.

O temor do povo (Êxodo 20:18-21)
A resposta de Moisés neste trecho estabelece um dos mais importantes conceitos contidos nos primeiros cinco livros da Bíblia. Note o intercâmbio entre as expressões não temais e temor de Deus. O profeta disse ao povo que parasse de temer; Deus não faria mal a ninguém. Ainda assim, os israelitas continuavam a ter medo do Senhor (Êx 19. 16;20.18, 19).
Deus não queria que Seu povo vivesse aterrorizado, como se Ele fosse uma força irracional, incontrolável e violenta, pronta para agredir pessoas inocentes sem nenhuma razão. Entretanto, o Senhor também desejava que os israelitas respeitassem os riscos óbvios do pecado intencional. Neste sentido, um medo apropriado do Senhor faria com que o povo se tornasse prudente, cauteloso, reverente, obediente e adorador. Assim, os hebreus evitariam pecar.
Deus permaneceu na espessa nuvem — um símbolo de Sua elusiva presença (SI 97.2) . Somente Moisés podia aproximar-se.

Instruções para a adoração (Êxodo 20:22-26)
dos céus Eu vos falei. A voz de Deus intervém na situação humana como interveio no caos para criar o Universo (Sl 33.6), e por isso não há lógica em consultar as obras esculpidas pelo homem. Diferentes tipos de altares são conhecidos dos registros arqueológicos. Altares desempenhavam uma função chave no serviço sacrifical e sua construção era regida por leis específicas.
O povo de Israel foi proibido de fazer qualquer tipo de altar mais elaborado do que um altar de terra, o qual seria usado apenas até a escolha do lugar único de adoração a Deus (mais tarde, em Jerusalém, conforme Dt 12). [Leia Êxodo 24-4 para ver a descrição do exemplo de altar construído por Moisés no monte Sinai, e 1 Reis 18.31,32 para ver a descrição do altar feito por Elias no monte Carmelo.] A edificação desse altar tinha por objetivo rememorar o nome do Senhor, como se verifica na sentença fizer celebrar a memória do meu nome, ou seja, onde quer que Eu faça relembrar o meu nome.O termo tua nudez foi empregado porque a adoração aos deuses de Canaã envolvia atos de perversão sexual. Nada obsceno ou indecente era permitido na adoração ao Deus vivo e santo. A ordem e a decência são exigidas em um culto, sem a mínima mescla de malícia. Às vezes, nossos cultos de hoje carecem disto.

Devemos lembrar que quando o Senhor falou com Moisés pela primeira vez, ele também temeu, mas com o tempo ele ficou íntimo de Deus. O mesmo está à nossa disposição, tudo que precisamos é acreditar.

<Estudo Êxodo 19
Estudo Êxodo 21>

Aleluia!!!

Qual a origem do termo "Hebreu"?

O primeiro testemunho da existência desse termo se encontra nos arquivo do Egito. A palavra ali presente é “khabiri” (na verdade uma palavr...