Em Êxodo 23 vemos a exposição de leis relacionadas à prática da justiça. Elas são uma expansão do nono mandamento. E visam o exercício imparcial da justiça entre os israelitas, e também são considerados alguns outros aspectos da vida civil de Israel. Um estudo de êxodo 23 nos mostra que a necessidade de Israel de chegar ao lar não era maior do que a necessidade de estar preparado para lá entrar. O cuidado de Deus em ensinar Suas leis ao povo promoveria este preparo e fundamento sólido de sua fé. Semelhante ao Egito, as nações que habitavam em Canaã eram pagãs e idólatras. Sua cultura e costumes eram totalmente contrários ao estilo de vida designado por Deus ao Seu povo. Em cada “Não” declarado pelo supremo Legislador, há uma grande carga de sabedoria e de amor. A postura dos filhos de Israel frente à maldade deste mundo precisava ser diferente se quisessem possuir a terra prometida.
Um esboço de Êxodo 23 pode ser feito da seguinte forma:
Leis judiciais (Êxodo 23:1-9)
Enquanto ainda acampavam, tinham de aprender a viver em comunidade de forma harmônica com o Senhor e uns com os outros. Todos precisavam colaborar a fim de que pudessem avançar nesse sentido. E as leis de Deus lhes seriam uma espécie de “GPS”, iluminando-lhes o caminho. Uma das coisas de que o Senhor deixou bem claro é que o nosso dever cristão de perdoar os inimigos e de fazer-lhes o bem não pode ser confundido com dar-lhes a mão e ser coniventes com suas maldades. Há uma linha divisória entre o bem e o mal. Não há como permanecer fiel seguindo os critérios da maioria que segue para o mal. E isto deve ser ainda mais operante na vida daqueles que detém algum tipo de autoridade. Justificar o ímpio ou aceitar suborno são práticas que jamais devem compor o currículo daqueles que professam ser forasteiros a caminho do Lar.
Notícias maliciosas são condenadas nas Escrituras (Tg 3.1-12). Todas as decisões legais deveriam ser estritamente justas. Nem o poder, nem a maioria ou mesmo a pobreza dos homens deveria influenciar um juiz na integridade do seu julgamento. Apesar do pobre ser oprimido com freqüência, a atuação legal indevida, poderia em alguns casos, ser tendenciosa e agir injustamente a favor dele. A compaixão não deve ser uma desculpa para favorecer a criminalidade. Na América moderna, os direitos e propriedades dos ricos têm sido, em alguns casos, violados em nome da caridade. A justiça nua e crua é que deveria servir de regra (Levítico 19:15).
No versículo 4, o inimigo, neste contexto, seria outro hebreu.
Também presente [suborno] não tomarás. A verdadeira justiça não pode ser comprada.
O Ano Sabático (Êxodo 23:10-13)
Além do sábado (Shabat) semanal (Êx 20.8-11 ;31.12- 18), Israel deveria reservar um Ano Sabático (descanso da terra por um ano pós seis de cultivo) após sua chegada na Terra Prometida. Somente Deus poderia criar uma exigência como esta, pois somente Ele poderia suprir as necessidades daqueles que fossem obedientes (Levítico 25:20-22). Esta lei trazia vários benefícios á Israel: A lei permitia que a terra descansasse e assim viesse a produzir mais durante os anos. A lei criava uma oportunidade para que Israel aprendesse que Deus pode prover para aqueles que confiam nEle. As crianças cresciam e podiam ver por várias vezes a maravilhosa provisão de Deus durante a juventude deles. A lei ajudava ao pobre e promovia o espírito de doação. A lei providenciava o tempo livre para Israel poder se reunir e ouvir a lei de Deus ser reafirmada (Deuteronômio 31:10-13). Nós precisamos de certos momentos em nossas vidas, nos quais, poderemos nos concentrar nas coisas de Deus. A falha de Israel em guardar esta lei, foi em parte a causa da deportação deles para a Babilônia (II Crônicas 36:21).
No versículo 12, o dia de sábado é mencionado aqui como sendo um direito legal dos animais de carga e dos servos. Isto é vergonhoso para o comércio que insiste numa semana de trabalho de sete dias.
Nós devemos evitar a familiaridade com o mal. Até mesmo os nomes dos falsos deuses deveriam ser esquecidos (Números 32:38).
As festas sagradas (Êxodo 23:14-19)
Todo ano Israel deveria observar três festas que tinham a duração de uma semana. A Festa dos Pães Ázimos, que começava com a Páscoa; a Festa das Colheitas, que era chamada de a Festa de Pentecostes, pois tinha o seu início cinqüenta dias após a Páscoa; e por último, a Festa da Colheita, ou a Festa dos Tabernáculos, assim chamada pelo fato de Israel se mudar para tendas durante esta festa (Levítico 23:39-44). O propósito destas festas era: Elas ajudavam a manter as tribos de Israel unificadas como nação. Elas perpetuavam a memória dos grandes eventos da história de Israel: A Páscoa relembrava a Israel a saída do Egito. A Festa de Pentecostes relembrava a Israel a entrega da lei no monte Sinai. A Festa dos Tabernáculos relembrava Israel a peregrinação pelo deserto antes de entrarem em Canaã.
As festas eram um meio de promover um tempo de descanso e celebração para o povo de Deus. O Senhor está interessado no bem estar do Seu povo (Deuteronômio 16:1-16, note os versículos 11 e 14). Quando os homens foram comparecer perante o Senhor, Ele protegeu as suas casas (Êxodo 34:23-24). Isto também fortaleceria a fé de Israel. A história revela que Deus realmente protegeu Israel nestas ocasiões.
Como o fermento era símbolo do pecado, não deveria ser utilizado nos sacrifícios. A gordura devia ser queimada e não deveria estragar pois o corpo de Cristo não viu a corrupção (Atos 2:31). Todos estes sacrifícios prefiguravam o Calvário.
Que possamos também dar á Deus primeiro (Provérbios 3:9).
Cozinhar um animal jovem no leite de sua mãe é contrário ao espírito gentil e refinado que Deus deseja para o Seu povo.
Preceitos e promessas (Êxodo 23:20-33)
No versículo 20, este anjo ou mensageiro de Deus, era sem dúvida Cristo pré-encarnado (I Coríntios 10:9). O nome de Deus estava nEle (versículo 21) o que significa que Ele tinha a autoridade e os atributos de Deus. Ele iria liderar e abençoar Israel, mas eles deveriam ter todo cuidado em não provocá-lo para que Ele não viesse a julgar seus pecados. Ele se manifestou na rocha ferida e na coluna de nuvem e fogo. A presença Dele era a força deles.
Os deuses de Canaã, incluindo Baal e suas companheiras Anat e Aserá, deveriam ser completamente destruídos. As estátuas, símbolos da evidente sexualidade do culto cananeu, também teriam de ser demolidas.
Deus destruiu as nações de Canaã por causa da maldade e vil idolatria cometida por eles. Israel deveria destruir todos os traços da cultura deles e se recusar a fazer aliança com eles ou mesmo deixá-los habitar na terra. Embora não sermos mandados a segregar, como o foi Israel, nós devemos ser espiritualmente separados do mundo (II Coríntios 6:17-18).
Após entregar os julgamentos a Israel, Deus faz promessas maravilhosas a eles se eles viessem a obedecer.
No versículo 25, Servireis. Esta forma do verbo servir significa adorar, bem como obedecer (Êx 3.12). O alimento e a água, necessários à vida, estariam a cargo de Yahweh, e não dos supostos deuses da fertilidade da religião cananeia. O povo de Israel não tinha razões para procurar falsos deuses (v. 24). O verdadeiro Deus supriria suas necessidades.
Não haverá alguma que aborte, nem estéril na tua terra. As promessas de Deus de fazer os israelitas férteis lembravam ao povo que este não precisava de nenhum ritual de fertilidade, o que era muito comum em Canaã.
Terror (hb. 'êmâ) é uma das muitas palavras usadas na Bíblia para se referir a medo, mas não é a mais comum delas. Veja seu uso em Gênesis 15.12, como um dos vocábulos que descrevem a experiência de Abraão e a promessa de Yahweh. Esse termo pode ser empregado em um sentido geral, e, em Êxodo 15.16, uniu-se a outra palavra de semântica similar (espanto). Entretanto, é possível que neste versículo 27 a expressão queira dizer algo mais. É quase como se o termo fosse personificado. Nós propomos que o vocábulo impactante (terror) seja lido como minha ira neste contexto.
No original em hebraico o termo vespões está no singular, a vespa, embora o substantivo possa ser traduzido no plural, como neste caso. Quanto à forma verbal enviarei, esta é a terceira vez que ela é usada nesta passagem (v. 20,27) tendo Yahweh como o sujeito.
Observe o esquema a seguir: 1) Eis que eu envio um [meu] anjo diante de ti... (v. 20). 2) Enviarei o meu terror diante de ti... (v. 27). 3) Também enviarei vespões diante de ti... (v. 28).
É possível que, no primeiro exemplo, o anjo seja uma referência direta ao Salvador pré-encarnado (v. 20), mas o segundo e o terceiro termos são simplesmente ideias mais gerais e abstratas. A estrutura da passagem, entretanto, leva-nos a explorar a ideia de que ambas, ira e vespa, são palavras que também expressam maneiras pelas quais o Anjo operará em favor do povo de Deus. Ele, que é conforto e proteção a Israel (meu Anjo), é igualmente uma manifestação da ira de Deus (meu terror) contra a perversidade dos cananeus, cujas maldades agora estão completas (compare com Gn 15.16). Por isso, os habitantes de Canaã estão prestes a sentir a ferroada aplicada pelo anjo (a vespa). Yahweh prometeu que julgaria os perversos (Gn 15.14). Não é possível que o terror, no versículo 27, seja a personificação da justa indignação divina contra os maus? Em caso afirmativo, também não é possível que esta seja, até aqui, uma desconhecida ilustração profética de Cristo? Sabemos que um dia o Salvador virá como o Juiz vingador (Ap 19.11 -21; compare com SI 2 e 110). No versículo em análise, como a ira de Deus, Ele é apresentado estando prestes a julgar os cananeus. Da mesma forma, é possível que Ele também seja a vespa. Visto que não há nenhum registro de Deus usando insetos de qualquer tipo na conquista de Canaã, como Ele fez nas dez pragas do Egito (capítulos 7 a 10). Concluímos que o termo vespões pode ser usado no versículo 28 como uma metáfora para o poder de Deus (Dt 7.20; Js 24-12). Além disso, também é possível que vespões, no versículo 28, e terror, no versículo 27, sejam usados de forma similar a meu Anjo, no versículo 23, para falar da aparição pré-encarnada de Jesus. Da mesma forma que a vespa fere as pessoas com sua picada dolorida, o Senhor luta em favor de Seu povo levando a terrível ferroada aos inimigos de Israel.
Este é o uso proposto dos termos terror e vespões. E possível que neste contexto sejam palavras que descrevam a obra de Cristo antes de Sua encarnação. Esta proposta é semelhante à sugestão em Êxodo 12.23, na qual o destruidor também seria um termo que faz referência ao Salvador em atos de divino julgamento.
Num só ano os não lançarei. Esta é a primeira descrição dos planos de Deus para a conquista gradual de Canaã. O Senhor não expulsaria de uma só vez os inimigos dos israelitas. Em vez disso, pouco a pouco, Ele estenderia os termos da terra que Seu povo herdaria, os quais estão de acordo com aqueles mencionados na promessa feita a Abraão (Gn 15.18-21). Nos tempos bíblicos, esses limites nunca foram totalmente alcançados.
A palavra concerto, nesta passagem, refere-se a um acordo unificado que reconhece os direitos de cada parte. Israel foi proibida de selar esse tipo de acordo com seus vizinhos, a fim de que não fosse corrompida pelos perversos costumes deles e não servisse a seus deuses, principalmente a Baal e a outros deuses da fertilidade.
<Estudo Êxodo 22
Estudo Êxodo 24>
Um esboço de Êxodo 23 pode ser feito da seguinte forma:
- 23.1 – 9: Leis judiciais
- 23.10 – 13: O Ano Sabático
- 23.14 – 19: As festas sagradas
- 23.20 – 33: Preceitos e promessas
Leis judiciais (Êxodo 23:1-9)
Enquanto ainda acampavam, tinham de aprender a viver em comunidade de forma harmônica com o Senhor e uns com os outros. Todos precisavam colaborar a fim de que pudessem avançar nesse sentido. E as leis de Deus lhes seriam uma espécie de “GPS”, iluminando-lhes o caminho. Uma das coisas de que o Senhor deixou bem claro é que o nosso dever cristão de perdoar os inimigos e de fazer-lhes o bem não pode ser confundido com dar-lhes a mão e ser coniventes com suas maldades. Há uma linha divisória entre o bem e o mal. Não há como permanecer fiel seguindo os critérios da maioria que segue para o mal. E isto deve ser ainda mais operante na vida daqueles que detém algum tipo de autoridade. Justificar o ímpio ou aceitar suborno são práticas que jamais devem compor o currículo daqueles que professam ser forasteiros a caminho do Lar.
Notícias maliciosas são condenadas nas Escrituras (Tg 3.1-12). Todas as decisões legais deveriam ser estritamente justas. Nem o poder, nem a maioria ou mesmo a pobreza dos homens deveria influenciar um juiz na integridade do seu julgamento. Apesar do pobre ser oprimido com freqüência, a atuação legal indevida, poderia em alguns casos, ser tendenciosa e agir injustamente a favor dele. A compaixão não deve ser uma desculpa para favorecer a criminalidade. Na América moderna, os direitos e propriedades dos ricos têm sido, em alguns casos, violados em nome da caridade. A justiça nua e crua é que deveria servir de regra (Levítico 19:15).
No versículo 4, o inimigo, neste contexto, seria outro hebreu.
Também presente [suborno] não tomarás. A verdadeira justiça não pode ser comprada.
A regra de ouro (O conceito moral de tratar os outros como
queremos ser tratados tem sido sempre a regra de Deus (Mateus 5:44). Deus era o
Rei de Israel e nunca iria justificar ou tomar parte do que era mau.
Em muitos países hoje os estrangeiros são hostilizados, mas Deus
já demonstrava cuidado com eles pois estrangeiro Israel foi no Egito.
Além do sábado (Shabat) semanal (Êx 20.8-11 ;31.12- 18), Israel deveria reservar um Ano Sabático (descanso da terra por um ano pós seis de cultivo) após sua chegada na Terra Prometida. Somente Deus poderia criar uma exigência como esta, pois somente Ele poderia suprir as necessidades daqueles que fossem obedientes (Levítico 25:20-22). Esta lei trazia vários benefícios á Israel: A lei permitia que a terra descansasse e assim viesse a produzir mais durante os anos. A lei criava uma oportunidade para que Israel aprendesse que Deus pode prover para aqueles que confiam nEle. As crianças cresciam e podiam ver por várias vezes a maravilhosa provisão de Deus durante a juventude deles. A lei ajudava ao pobre e promovia o espírito de doação. A lei providenciava o tempo livre para Israel poder se reunir e ouvir a lei de Deus ser reafirmada (Deuteronômio 31:10-13). Nós precisamos de certos momentos em nossas vidas, nos quais, poderemos nos concentrar nas coisas de Deus. A falha de Israel em guardar esta lei, foi em parte a causa da deportação deles para a Babilônia (II Crônicas 36:21).
No versículo 12, o dia de sábado é mencionado aqui como sendo um direito legal dos animais de carga e dos servos. Isto é vergonhoso para o comércio que insiste numa semana de trabalho de sete dias.
Nós devemos evitar a familiaridade com o mal. Até mesmo os nomes dos falsos deuses deveriam ser esquecidos (Números 32:38).
As festas sagradas (Êxodo 23:14-19)
Todo ano Israel deveria observar três festas que tinham a duração de uma semana. A Festa dos Pães Ázimos, que começava com a Páscoa; a Festa das Colheitas, que era chamada de a Festa de Pentecostes, pois tinha o seu início cinqüenta dias após a Páscoa; e por último, a Festa da Colheita, ou a Festa dos Tabernáculos, assim chamada pelo fato de Israel se mudar para tendas durante esta festa (Levítico 23:39-44). O propósito destas festas era: Elas ajudavam a manter as tribos de Israel unificadas como nação. Elas perpetuavam a memória dos grandes eventos da história de Israel: A Páscoa relembrava a Israel a saída do Egito. A Festa de Pentecostes relembrava a Israel a entrega da lei no monte Sinai. A Festa dos Tabernáculos relembrava Israel a peregrinação pelo deserto antes de entrarem em Canaã.
As festas eram um meio de promover um tempo de descanso e celebração para o povo de Deus. O Senhor está interessado no bem estar do Seu povo (Deuteronômio 16:1-16, note os versículos 11 e 14). Quando os homens foram comparecer perante o Senhor, Ele protegeu as suas casas (Êxodo 34:23-24). Isto também fortaleceria a fé de Israel. A história revela que Deus realmente protegeu Israel nestas ocasiões.
Como o fermento era símbolo do pecado, não deveria ser utilizado nos sacrifícios. A gordura devia ser queimada e não deveria estragar pois o corpo de Cristo não viu a corrupção (Atos 2:31). Todos estes sacrifícios prefiguravam o Calvário.
Que possamos também dar á Deus primeiro (Provérbios 3:9).
Cozinhar um animal jovem no leite de sua mãe é contrário ao espírito gentil e refinado que Deus deseja para o Seu povo.
Preceitos e promessas (Êxodo 23:20-33)
No versículo 20, este anjo ou mensageiro de Deus, era sem dúvida Cristo pré-encarnado (I Coríntios 10:9). O nome de Deus estava nEle (versículo 21) o que significa que Ele tinha a autoridade e os atributos de Deus. Ele iria liderar e abençoar Israel, mas eles deveriam ter todo cuidado em não provocá-lo para que Ele não viesse a julgar seus pecados. Ele se manifestou na rocha ferida e na coluna de nuvem e fogo. A presença Dele era a força deles.
Os deuses de Canaã, incluindo Baal e suas companheiras Anat e Aserá, deveriam ser completamente destruídos. As estátuas, símbolos da evidente sexualidade do culto cananeu, também teriam de ser demolidas.
Deus destruiu as nações de Canaã por causa da maldade e vil idolatria cometida por eles. Israel deveria destruir todos os traços da cultura deles e se recusar a fazer aliança com eles ou mesmo deixá-los habitar na terra. Embora não sermos mandados a segregar, como o foi Israel, nós devemos ser espiritualmente separados do mundo (II Coríntios 6:17-18).
Após entregar os julgamentos a Israel, Deus faz promessas maravilhosas a eles se eles viessem a obedecer.
No versículo 25, Servireis. Esta forma do verbo servir significa adorar, bem como obedecer (Êx 3.12). O alimento e a água, necessários à vida, estariam a cargo de Yahweh, e não dos supostos deuses da fertilidade da religião cananeia. O povo de Israel não tinha razões para procurar falsos deuses (v. 24). O verdadeiro Deus supriria suas necessidades.
Não haverá alguma que aborte, nem estéril na tua terra. As promessas de Deus de fazer os israelitas férteis lembravam ao povo que este não precisava de nenhum ritual de fertilidade, o que era muito comum em Canaã.
Terror (hb. 'êmâ) é uma das muitas palavras usadas na Bíblia para se referir a medo, mas não é a mais comum delas. Veja seu uso em Gênesis 15.12, como um dos vocábulos que descrevem a experiência de Abraão e a promessa de Yahweh. Esse termo pode ser empregado em um sentido geral, e, em Êxodo 15.16, uniu-se a outra palavra de semântica similar (espanto). Entretanto, é possível que neste versículo 27 a expressão queira dizer algo mais. É quase como se o termo fosse personificado. Nós propomos que o vocábulo impactante (terror) seja lido como minha ira neste contexto.
No original em hebraico o termo vespões está no singular, a vespa, embora o substantivo possa ser traduzido no plural, como neste caso. Quanto à forma verbal enviarei, esta é a terceira vez que ela é usada nesta passagem (v. 20,27) tendo Yahweh como o sujeito.
Observe o esquema a seguir: 1) Eis que eu envio um [meu] anjo diante de ti... (v. 20). 2) Enviarei o meu terror diante de ti... (v. 27). 3) Também enviarei vespões diante de ti... (v. 28).
É possível que, no primeiro exemplo, o anjo seja uma referência direta ao Salvador pré-encarnado (v. 20), mas o segundo e o terceiro termos são simplesmente ideias mais gerais e abstratas. A estrutura da passagem, entretanto, leva-nos a explorar a ideia de que ambas, ira e vespa, são palavras que também expressam maneiras pelas quais o Anjo operará em favor do povo de Deus. Ele, que é conforto e proteção a Israel (meu Anjo), é igualmente uma manifestação da ira de Deus (meu terror) contra a perversidade dos cananeus, cujas maldades agora estão completas (compare com Gn 15.16). Por isso, os habitantes de Canaã estão prestes a sentir a ferroada aplicada pelo anjo (a vespa). Yahweh prometeu que julgaria os perversos (Gn 15.14). Não é possível que o terror, no versículo 27, seja a personificação da justa indignação divina contra os maus? Em caso afirmativo, também não é possível que esta seja, até aqui, uma desconhecida ilustração profética de Cristo? Sabemos que um dia o Salvador virá como o Juiz vingador (Ap 19.11 -21; compare com SI 2 e 110). No versículo em análise, como a ira de Deus, Ele é apresentado estando prestes a julgar os cananeus. Da mesma forma, é possível que Ele também seja a vespa. Visto que não há nenhum registro de Deus usando insetos de qualquer tipo na conquista de Canaã, como Ele fez nas dez pragas do Egito (capítulos 7 a 10). Concluímos que o termo vespões pode ser usado no versículo 28 como uma metáfora para o poder de Deus (Dt 7.20; Js 24-12). Além disso, também é possível que vespões, no versículo 28, e terror, no versículo 27, sejam usados de forma similar a meu Anjo, no versículo 23, para falar da aparição pré-encarnada de Jesus. Da mesma forma que a vespa fere as pessoas com sua picada dolorida, o Senhor luta em favor de Seu povo levando a terrível ferroada aos inimigos de Israel.
Este é o uso proposto dos termos terror e vespões. E possível que neste contexto sejam palavras que descrevam a obra de Cristo antes de Sua encarnação. Esta proposta é semelhante à sugestão em Êxodo 12.23, na qual o destruidor também seria um termo que faz referência ao Salvador em atos de divino julgamento.
Num só ano os não lançarei. Esta é a primeira descrição dos planos de Deus para a conquista gradual de Canaã. O Senhor não expulsaria de uma só vez os inimigos dos israelitas. Em vez disso, pouco a pouco, Ele estenderia os termos da terra que Seu povo herdaria, os quais estão de acordo com aqueles mencionados na promessa feita a Abraão (Gn 15.18-21). Nos tempos bíblicos, esses limites nunca foram totalmente alcançados.
A palavra concerto, nesta passagem, refere-se a um acordo unificado que reconhece os direitos de cada parte. Israel foi proibida de selar esse tipo de acordo com seus vizinhos, a fim de que não fosse corrompida pelos perversos costumes deles e não servisse a seus deuses, principalmente a Baal e a outros deuses da fertilidade.
Quão miseravelmente Israel falhou em cumprir a Velha Aliança. Graças a Deus pela Nova Aliança que há em Cristo.
<Estudo Êxodo 22
Estudo Êxodo 24>